sexta-feira, 28 de maio de 2010

Paixão

Olhos que se dilatam, brilham
Boca que se entreabre, beija
Coração que de dentro, palpita
Estomago que de oco, estremece
Sexo que latejante, deseja
Corpo que ausente denúncia, paixão...

Tempo II

Velho é o tempo
E ainda assim se renova a cada dia.
Derramando lágrimas pluviais,
Devastando canteiros e plantações,
Destruindo casebres e casarões,
Com relâmpago e trovões,
Iluminando o dia com seus raios de sol
Refazendo florescer mais vida,
Depois da noite escura...

terça-feira, 25 de maio de 2010

TamEnslAdbiMcasrpO

Tuili...
hoEsmeontes...
farosAtunimm...
squartMurt...
xacumnaeOwlkt...
Agora consegues entender?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Queimem-me na fogueira.

Sei que pequei o mais grave pecado dos pecados capitais...
Mais como viver nesse mundo com livre arbítrio?
Arbítrio livre...
Isso quer dizer que sou livre.
Então pra que o pecado?
Para facilitar nossa jornada nessa terra, Senhor?
O mundo não é por demais não?
Como saber andar uma criança recém nascida?
Não há maturidade nos seres humanos...
O universo é por demais ancião...
O universo é por demais ilimitado...
Porque teria eu limites para ser feliz?
Porque teria eu que ser pecadora por querer viver?
Não, não vou mais sofrer...
Queimem-me na fogueira.

Eu ninguém

Sou um todo sem parte
Metade sem meio
Fragmento fragmentado
Conexão desconectada
Aplausos sem palmas
Calor na geada
O frio na fornalha
Vazio no vácuo
Você sem mim
Sou eu ninguém

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Canavial Rubra Beleza

Vermelho?
O canavial esta vermelho
Não porque arde em chamas
No horizonte céu
Recobriu de rubra beleza
Vermelho como eu
Sentimento...
Vermelho como arde em chama
Meu amor, paixão...
O canavial derrama minhas lágrimas
A natureza estonteante
Ainda faz vibrar
Meu peito em dor.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mordida Zombeira

No pescoço mordida zombeira?

Quem foi que pediu?

Pra que me mordeu?

Todo meu corpo estremeceu...

Conectividade do Prazer

O mistério de amar sem nexo
É a conectividade do prazer
Que se une a dois
Como fios de extensão
Como tomada e interruptor
É amor ou paixão?
Sei não...
Mais esse calafrio
Um choque de tensão
Aumenta minha intensidade
Acho que entrei em curto circuito

Zrzrzrzrrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzr...

sábado, 15 de maio de 2010

O Caminhão

Comprei belas flores
Todo me perfumei
Meu coração a cada passo, mais apertava
Cheguei a sua porta
Bati as palmas das mãos
Sua mãe da janela gritou:

"Prefiro ver minha filha morta
debaixo de um caminhão
ao vê-la se casar com um NEGRO"

Da outra ponta da esquina
uma mulher franzina berrava:

"Maria acode... acode Maria...
tua filha foi atropelada por um caminhão..."

(A Miró)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Não deu tempo...

Estou arrasada...
Sinto-me culpada por não ter o visto antes...
Queria que da onde o senhor estivesse agora, ME PERDOE!
Não sei que justificativa posso dar a tão fatal esquecimento da minha memória...
Não deu tempo...
Queria muito ter te abraçado antes da tua eterna partida...
Quinze dias sentenciou a dor que agora sufoca meu peito...
Quinze dias...
Eu sabia, fui avisada que irias embora...
Porque não me prontifiquei em te procurar, em me despedir de você?
Porque a vida nos afasta dos mais importantes seres que queremos por perto?
Porque a vida não me permitiu?
Problemas, problemas, problemas!
Qual problema maior que a alegria de um sorriso que se sabe o ultimo?
Dói... Dói muito em saber que não posso mais o ver...
Que não vou mais ouvir tua voz me alegrando com velhas saliências...
Importância? Várias, muitas és um ser importante para mim...
Por isso lamento, choro...
Não por saber que se foste, todos nós iremos um dia...
Mas por saber que não me despedi de você...
Estou certa que minha presença te alegraria...
No meu sonho me disseste isso...
Deitado na cama, coberto por lençol branco...
O rosto mais jovem e lindo do que antes...
Seguraste no meu braço sorrindo... “Que bom que você veio”.
Na verdade o senhor que veio a mim, no sonho...
E hoje o sonho da despedida...
Será que em sua lápide poderei te encontrar...
Irei lá...
Espero que o senhor aceita este escrito...
Uma vela branca...
E aquela pequena chama de luz talvez faça nós nos reencontrarmos...

Perdoe-me Dr. Alberto, não deu tempo de me despedir de você!